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Crítica - Filmes: Toy Story 4





Amizade, lealdade, e o ter de dizer adeus...





por Alexandre César







Pixar surpreende com sequência que abre novos rumos





 

Finais e novos começos...
 
"Toy Story 3 (2010 de Lee Unkrich) terminou a história de Woody e Buzz com Andy tão perfeitamente que por muito tempo, nunca falamos em fazer outro filme de Toy Story. Mas quando Andrew (Stanton), Pete (Docter), Lee (Unkrich) e eu surgiram com essa nova ideia, eu não conseguia parar de pensar nisso. Era tão motivante para mim, eu sabia que precisávamos fazer esse filme - e eu queria dirigi-lo eu mesmo."  - John Lasseter em 2014.


Woddy e Garfinho: Os brinquedos da Bonnie...

 


Algumas coisas mudaram desde essa declaração, e como em todo projeto vivo, dinâmico e tocado por pessoas talentosas, quando uma vez iniciado a sua evolução natural irá ditando as mudanças, seja pela entrada e saída das pessoas que irão levá-lo a cabo, seja pela própria mensagem final do projeto. Esta alquimia chamada “Arte” ao final se revela tão rara quanto um raio cair mais de uma vez no mesmo lugar.



E raios não caem mais de uma vez num mesmo lugar! Ou não?!? 




Os desgarrados do grupo.


Buzz Lghtyear, apesar de ter menos tempo em cena, 
ouve a sua "voz interior"...


 

Dirigido por Josh Cooley (George and A.J. de 2009, O Primeiro Encontro da Riley de 2015), Toy Story 4 (2019) mostra que em se tratando da Pixar Animation Studios um raio pode cair um número exponencial de vezes no mesmo lugar e, sempre nos surpreender em cada uma delas. Por sua capacidade de ousar e correr riscos podemos dizer sem medo que o mais fraco filme do estúdio ainda sim coloca no bolso um grande número de blockbusters feitos na base do seguro (mas previsível) “mais-do-mesmo”. A sorte favorece o audaz... 



Betty e Woody: Amor interrompido.

 

Com o roteiro de Andrew Stanton ( John Carter: Entre Dois Mundos, Wall-E  Procurando Nemo ) e Stephany Folson (Star Wars: Resistance), a partir da história de Josh Cooley, Andrew Stanton, Stephany Folson, John Lasseter, Valerie LaPointe, Rashida Jones, Will McCormack e Martin Hynes retomamos o universo narrativo de Woody, Buzz Lightyear, Jessie, Rex,e Cia. Numa nova etapa de suas vidas, agora como os brinquedos da Bonnie, que está crscendo e antrando no jardim de infância e entrando na fase de socialização com outras crianças. O que temíamos acabar em apenas um a continuação caça-níqueis sem razão de ser revala-se um bem construído exercício sobre apego, lealdade ao grupo, e a si mesmo, crescimento e... a necessidade de dizer adeus, abraçando a certeza de um final nada mais é do que apenas um novo começo para uma nova história. felizmente a Pixar é a Pixar.



Empoderadas: A nova Betty e Isa Risadinha, a amiga e confidente.
 

Numa viagem de férias, quando Bonnie adiciona um relutante (e sem-noção) e hilário novo brinquedo feito de sucata reciclada: O Garfinho ao seu quarto, sendo apadrinhado por Woody que sempre viu o seu lugar no mundo e a sua prioridade como cuidar de sua criança, seja ela Andy ou Bonnie, e tudo o que se relaciona a elas, tem nesta aventura na estrada ao lado de velhos e novos amigos a noção do quão grande o mundo pode ser de fato para um brinquedo, reencontrando a sua antiga paixão, a boneca de porcelana Betty, ( que estava ausente no filme anterior e aqui, tal ausência é explicada) que agora não pertence a nenhuma criança, sendo um “brinquedo perdido”, mas agora, ela mudou, estando empoderada, não pertence a ninguém e veste uma calça jeans no lugar do antigo vestido cor-de-rosa, numa alegoria da mulher divorciada e bem-resolvida que sabe que a sua vida não é definida por ser vinculada a de outra pessoa, ganhando assim um protagonismo maior que o de Buzz (uma reação ao movimento #MeToo e podemos dizer, uma “resposta” da Pixar contra as acusações de assédio ao fundador do estúdio, John Lasseter).
 


Aloprados: Patinho e Coelhinho, a "dupla qualquer-coisa"...

 
Ao longo da película surgem novos personagens como a dupla Coelhinho e Patinho, dois aloprados de pelúcia, Duke Caboon, um motoqueiro acrobata, a pequena Isa Risadinha, e como antagonista temos A boneca vintage Gabby Gabby e os Bensons, seus sinistros bonecos de ventrílocos capangas, que remetem aos filmes de terror na linha de Annabelle. Mas o roteiro foge aos maniqueísmos fáceis, e se ela a princípio é uma vilã, logo entendemos os fatos que a levaram a agir daquela forma, e acenando para a posssibilidade de um novo começo a partir da coragem de se romper com antigos padrões que não levavam a lugar nenhum. É necessário abrir mão do passado, para se abraçar o futuro.



Duke Kaboon, o brinquedo acrobata, com uma trágica história de rejeição...

 

A montagem de Axel Geddes (Wall-E, Procurando Nemo, Monstros S.A., Procurando Dory) é precisa nos cortes de forma orgânica, deixando a trama fluir, embalada pela música de Randy Newman (Cinesérie Toy StoryWi Fi Ralph: Quebrando a Internet, A Princesa e o Sapo) continua cativante, sublinhando os momentos mais intimistas e nas sequências de ação. 



- Cuidado com o gato!!!

 

O Desenho de Produção de Bob Pauley (O Estranho Mundo de Jack, Toy Story, Vida de Inseto, Divertidamente) e a Direção de Arte de Laura Phillips (Os Incríveis, Wall-E, Valente, Carros 3) enchem os nossos olhos com um mundo pleno de detalhes e cores em vários níveis, mostrando o quanto Toy Story não só continua como força total, mas também atua com força própria, criando ambientes visualmente ricos e envolventes.


Um mundo amplo e colorido, pleno de possibilidades...

 
No final saímos com um sorriso nos lábios e enxugando algumas lágrimas no canto dos olhos certos de termos tido um novo e revitalizante encontro com esses personagens tão queridos que conquistaram merecidamente um lugar em nossos corações, encontro esse que poderá ser o último ou não, pois embora amigos se despeçam e muitas vezes percam contato, ainda sim as lembranças e suas histórias continuarão ecoando ao longo de nossas vidas pois Woody, Buzz, Bethy, Jessie e Garfinho entre outros tantos personagens nos provam que a vida permanece como sendo a maior de todas as aventuras "ao infinito e além"


Perigo Real e Imediato: Gabby Gabby e Benson, as ameaçadoras
 referências à "Annabelle" e Cia...

Obs: A dublagem em português continua impecável, sendo inclusive reconhecida pela Disney como a melhor de todas.



 

"Adeus, ou até logo. Nos vemos no streaming!!!"
 
 

Crítica - Filmes: A Lenda de Golem


Do barro vieste...


por Alexandre César


Terror israelense se revela uma boa surpresa 

 


A inovação vem na escolha de fazer
 um "monstro-criança"...



Na Europa central do século 17, uma vila judaica é hostilizada por pagãos. A região vem sofrendo com uma epidemia que tem causado diversas mortes e, a doença vitimiza a filha de Vladimir (Aleksey Tritenko) líder do povoado vizinho que, devido à esse fato organiza um ataque ao vilarejo onde habitam Hannah (a ótima Hani Furstemberg de American Gods) e Benjamin (Ishai Golan, numa interpretação é cheia de nuances) seu marido, causando terror e violência a população. Hannah que é uma estudiosa da Cabala (mesmo que escondida pois o conhecimento em religião era proibida para as mulheres naquela época) e uma fiel com vasto conhecimento na mitologia judaica, sugere a criação de um Golem para proteger a população dos tiranos. Desconsiderada pelo rabino Horrovits (Lenny Ravich) ela decide por conta própria salvar sua família e o povoado, recorrendo à criação do Golem. Invocado no barro, o ser ganha vida, assumindo a forma de um garoto (Konstantin Anikienko, que embora não tenha falas, tem boa presença de cena), e faz de tudo para proteger sua criadora (com quem mantém um elo similar ao de uma mãe com o filho) inclusive matar qualquer inimigo, seja ele um bando de salteadores, seja uma vizinha interessada no seu marido, com consequências funestas...  


Paul Wegener como a criatura em "O Golem, Como Ele Veio ao Mundo" (1920).


Dirigido pelos irmãos Doron e Yoav Paz (Jeruzalém de 2015, Phobidilia de 2009 ) a partir do roteiro de Ariel Cohen (que é um dos co-produtores)  A Lenda de Golem (2018) surpreende como um bom filme de terror, com uma boa atmosfera de época (atemporal e fabulesca ao mesmo tempo) bons valores de produção que usam bem os recursos disponíveis com a história simples mas bem construída e um elenco afinado abordando temas como a luta das mulheres face à imposição de um papel submisso na sociedade, que sufoca suas aspirações, os dilemas da maternidade e a religião como instrumento de regulação e controle do indivíduo. Filmado em Kiev, na Ucrânia, este terror israelense, calcado na fábula judaica, que já foi abordada no clássico expressionista O Golem, Como Ele Veio ao Mundo (1920) de Carl Boese e Paul Wegener (que fazia a criatura) e entre outras obras, O Carrasco de Pedra (1967) de Herbert J. Leder, com Roddy McDowall. A fábula do ser artificial trazido à vida serviu, entre outras fontes, para a criação de Frankenstein (coisa que se reflete nas suas roupas remendadas) apresentando aqui, uma releitura bastante original quanto à história original.


Hannah (Hani Furstemberg): Uma mulher à frente de
 seu tempo e vilarejo...


Hannah destaca-se por sua coragem e atitude (se levarmos principalmente em conta a época e o tipo de sociedade em que ela vive...) não se relacionando com o estereótipo de cientista louco, desencadeando ela, toda a trama, motivada pela perda de seu filho (e as consequências que isso lhe trouxe) especialmente no tocante à pressão social de que ela precisa engravidar novamente, pois nessa sociedade, uma mulher que não dá à luz a crianças é considerada inútil e ingrata. Mas mesmo ridicularizada pelos homens que a chamam de lunática e é vista como chacota, ainda assim utiliza de seus conhecimentos para dar vida à criatura mística para proteger os habitantes de seu vilarejo. Ela foge ao desígnio social de que a função da mulher é ser apenas uma parideira recatada e do lar. Por mais que ela tenha a vontade de ser mãe e carregue a dor da perda, ela almeja horizontes maiores. 




A peste assola a região... Apesar da ambientação século 
XVII o filme tem uma atmosfera atemporal, de fábula.


A construção de personagens é precisa, fugindo de estereótipos fáceis. Assim, Benjamin, o marido de Hanna, foge ao perfil de homem machista e controlador, sendo um parceiro amoroso, compreensivo e não-agressivo, ou partidário de medidas radicais (típicas de um homem desse tipo de comunidade) que também sofre em silêncio o trauma que o casal sofreu, sendo o responsável por fornecer os livros religiosos para ela, inclusive ajudando-a nos momentos em que ela se esconde abaixo do assoalho do templo onde ocorrem as reuniões religiosas exclusivas para os homens. Sente-se o seu temor às coisas divinas, mas também seu sacrifício pela esposa.




Perigo real e imediato: Vladimir (Aleksey Tritenko) 
e seu bando ameaçam o vilarejo motivados 
pelo medo e superstição...


 Até mesmo Vladimir, o vilão que ameaça incendiar o vilarejo, não é totalmente mau, sendo motivado pela ignorância, por atribuir a doença de sua filha à cultura dos judeus, acreditando que seus feitiços foram responsáveis pela moléstia que acomete a sua filha, não sendo apenas um assassino, mas um homem amargurado pelo sofrimento de quem mais ama, tomando a única atitude que a sua formação tosca permite.  


Hannah invoca o Golem, que assume a forma de um garoto 
(Konstantin Anikienko de costas), com quem assume uma 
relação de "filho adotivo"...



A fotografia Rotem Yaron trabalha bem as paisagens, em sua maioria externas, numa palheta de cores que vai de tons vinho, e terrosos a amarelos e beges e fazendo bom uso das sombras numa atmosfera que lembra as pinturas de Brueguel, a música Tal Yardeni utiliza bem as músicas de violino tocadas por Benjamin enfatizando a construção social dessa comunidade tipicamente machista e conservadora ao máximo mas ainda sim capaz de lirismo e sabedoria, típicas da cultura judaica. A montagem Einat Glaser-Zarhin & Itamar Goldwasser compoe adequadamente o ritmo narrativo onde todas as ações têm suas consequências. O design de som de Yuval Bar-on de forma sutil sublinha as motivações e temores dos personagens em suas tomadas de decisões. O CGI apesar de limitado não prejudica o filme, pois o importante é a narrativa, e não sustos fáceis e previsíveis. 


Benjamin (Ishai Golan tocando violino) e o Golem. A música 

sempre acalma as feras, sejam elas de qualquer natureza...

Ao final podemos dizer que se você procura uma história de terror calcada em direção, interpretações e numa história bem construída e coerente, e não no gore, efeitos digitais e sustos fáceis, A Lenda de Golem é o seu filme, por fugir das conveniências do “terror shopping center” tão em voga. Infelizmente esse filme deve passar batido pelos cinemas, sendo provávelmente descoberto no futuro nas TVs por assinatura ou no streaming.


União: Benjamin e Hannah apesar de tudo, são um casal
 que se ama e que estão para o que der e vier...

Ou até que alguém resolva fazer uma “versão americana” do mesmo. Que os céus nos poupem...


O rabino Horrovits (Lenny Ravich) tenta dialogar com 
Vladimir, sem muito sucesso...
 


 


 



 

Crítica - Séries: Desventuras em Série 2ª temporada


Tristeza não tem fim...?


por Alexandre César (3 Velhos Nerds)



 

Segunda temporada mantém o pique mas revela suas fragilidades


Os Baudelaire e um de seus vários oponentes: a irritante Carmelita Spatz
 (Kitana Turnbull) a "Shirley Temple do Mal"


Chegando a sua segunda temporada, Desventuras em Série, série da Netflix, tendo Neil Patrick Harris como o vilão cartunesco Conde Olaf, ávido como um abutre para pôr as mãos na herança dos órfãos Baudelaire, seus (de grau bem afastado) sobrinhos Violet (Malina Weissman) a inventora do quer que necessite, Klaus (Louis Hynes) gênio da absorção de qualquer conhecimento escrito e, Sunny (Presley Smith) bebê (ou agora, uma criancinha! Afinal, ela cresce como toda criança e vai desenvolvendo habilidades!) De dentes afiadíssimos, usuária da “linguagem dos bebês”, que apenas os seus irmãos entendem, se cristaliza no que tem de bom e, no que pode ser o seu fator limitador.

Olaf (Neil Patrick Harris) e seus disfarces, um cada vez mais 
estapafúrdio do que o outro, mas que funcionam


Descobrindo no internato os “trigêmeos”(um teria morrido no incêndio que destruiu a sua mansão tal qual a dos Baudelaire...) Isadora e Duncan Quagmire ( e ) , praticamente uma versão espelhada deles mesmos, tendo inclusive ”perdido” seus pais da mesma forma, eles procuram descobrir os mistérios que cercam as duas famílias e os  segredos da misteriosa sociedade secreta, CSC, que tem como símbolo um olho, da qual seus pais, alguns de seus tutores (e desafetos), Olaf, Lemony (Patrick Warburton) e seu heroico irmão Jacques Snicket (Nathan Filion, ótimo) faziam parte.

Os órfãos Klaus, Violet e Sunny Baudelaire ( LouisHynes, Malina Weissman 
e Presley Smith) e os órfãos Isadora e Duncan Quagmire (Avi Lake e Dylan Kingwell)



A nova temporada de 10 capítulos, adapta os 5 livros seguintes da série (Inferno no Colégio Interno, O Elevador Ersatz, A Cidade Sinistra dos Corvos , O Hospital Hostil e O Espetáculo Carnívoro) da série de 13 livros de mesmo nome escritos por Daniel Handler (pseudônimo de Lemony Snicket) com Warburton continuando o seu ótimo trabalho de narrador melancólico que vai narrando os desencontros e as tragédias dos Baudelaire, sempre nos lembrando, que devemos mudar de canal se estamos a procura de histórias felizes.



Lazy Town: estrutura narrativa semelhante


A opção inicial de unir os órfãos dinamizou a narrativa, mas, quando se poderia mudar as interações entre eles, trocando as duplas, o que ajudaria aos atores a desenvolver ais os personagens, eles logo são separados, voltando a mesma estrutura já consagrada.


Os capangas de Olaf e Lemony Snicket (Patrick Warburton): 
Maior individualização e melhor caracterização


O formato de um livro para cada dois episódios apesar de acertada, já começa em termos narrativos apresentar alguns problemas pelo fator da repetição estrutural da história que praticamente não muda, a mesma fórmula dos livros, mas no áudio visual depois da terceira vez vai ficando cansativo principalmente se você a maratonar (o que foi o nosso caso) pois continua a sequência: Olaf chega ridiculamente disfarçado coisa que só as crianças percebem enquanto os adultos idiotas (que não o reconhecem) caem na sua lábia, ele os atormenta com estratagemas cruéis, até que os Baudelaire o desmascaram, quando fugirá para preparar outro golpe. Em alguns momentos me lembrou vagamente a estrutura do seriado Lazy Town, onde o vilão Rob Roten se disfarça, engana todo mundo, o herói Sportacus salva o dia e no final o disfarce cai e todos o reconhecem. A repetição é necessária para as crianças pequenas mas começa a se fazer urgente formas de burlá-la para um público mais amplo.



Esmé Squalor (Lcy Punch) peruíce a enésima potência e uma queda 
para a teatralidade que rouba a cena de Olaf em alguns momentos.



O correto e “tolo” (para ser gentil...) Sr. Poe (K. Todd Freeman), o testamenteiro oficial, encarregado de encontrar um lar para as crianças, bem como os adultos à volta dos pequenos continuam cada vez mais influenciáveis pela malandragem de Olaf, com consequências catastróficas para os Baudelaire. Não é difícil de enxergar certa analogia com grupos políticos e econômicos que manipulam grupos sociais em vários países, gerando aí um sentimento de angústia pela sina das crianças. Pois aqui coisas ruins acontecem com pessoas boas, não importa quão honradas e abnegadas elas sejam...


Os valentes voluntários: Jacques Snicket (Nathan Filion) e 
Olivia Caliban (Sara Rue). ótimas adições a trama.


Temos outros personagens enriquecendo a narrativa em um ou mais arcos narrativos como a irritante Carmelita Spats (Kitana Turnbull) megera-mirim trajada de rosa com visual de Shirley Temple, a abnegada bibliotecária (Sara Rue) e a perua Esmé Squalor (Lucy Punch) e também um maior espaço individual dos membros da trupe de Olaf, cada um desenvolvendo mais as suas características, aproveitando o espaço narrativo, uma vez que os Baudelaire não apresentaram mudanças significativas (não que eles sejam ruins, pelo contrário, pois “segurar a peteca” como eles seguram sem mudanças nos personagens é para poucos...). 



Klaus, Violet e Sunny: Pé na estrada. O clifhanger de final de temporada 
promete grandes emoções dignas dos velhos seriados dos anos 30/ 40. Esperemos


Chega-se à conclusão que se a CSC fosse a Ordem Jedi de Star Wars, Olaf seria o Anakim Skywalker, o membro que sucumbiu para o lado negro...

A direção de Barry Sonnenfeld (A Família Adams e Homens de Preto) e o trabalho do designer de produção Bo Welch, continuam impecáveis apesar de tudo, na sua criação de um universo anacrônico e retrô, onde a tecnologia parece estar entre os anos 20 e 40, mas tanto o Sr. Poe e esposa (e Olaf na temporada anterior...) dizem preferir ficar em casa à noite vendo filmes via streaming, ou outras coisas como uma comunidade afastada que se comporta como os puritanos do séc. XVIII, e mais adiante um colégio interno tipo anos 30 com um computador digno do início da década de 70. 

Junto (Tony Hale) o marido covarde e submisso de Ésme Squalor


Agora como faltam apenas 4 livros, provavelmente a série cainhará para o seu desfecho, uma vez que os atores mirins estão crescendo, é inevitável que se encerre este arco das mazelas dos pobres irmãos Baudelaire, a não ser, que o próprio autor, escreva capítulos a mais expandindo as possibilidades do seu universo ficcional.  Tal decisão seria arriscada, mas às vezes o improvável não é sinônimo de impossível.


"- Se Eu fizer isso errado va doer um pouquinho, mas seu fizer certo, doerá um poucão! He! He! He!




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